Spider Baby or, The Maddest Story Ever Told - 1964
- ivandro666godoy
- 30 de set.
- 3 min de leitura

Spider Baby (aka Spider Baby or, The Maddest Story Ever Told,1964) é o filme que marca a estréia de Jack Hill (Switchblade Sisters, Foxy Brown) e uma das últimas participações de um dos grandes ícones do cinema de terror, o lendário Lon Chaney Jr. A história desenrola-se na decrépita mansão rural da família Merrye, cujos membros vivem assolados por uma estranha doença hereditária, uma desordem neurológica que se manifesta a partir dos dez anos de idade, chamada Síndrome de Merrye. As vítimas da Síndrome de Merrye sofrem de uma regressão progressiva da maturidade que os transporta para um estado pré-humano, caracterizado pela ausência de qualquer código moral e que os conduz, irremediavelmente, à barbárie e ao canibalismo.
Na mansão vive o motorista da família, Bruno (Lon Chaney Jr.), que toma conta da última geração que carrega consigo a maldição da família Merrye: duas irmãs sexualmente precoces, Elizabeth (Beverly Washburn) e Virginia (Jill Bandeira), e o seu irmão, Ralph (Sid Haig), um jovem de aparência e modos desengonçados. No porão da casa ainda vivem os tios, que são tratados como se fossem animais. Os três irmãos entretêm-se a capturar e a matar toda a espécie de criaturas que se atrevem a entrar na propriedade da família, incluindo o desafortunado carteiro (Mantan Moreland), portador de um telegrama que anunciava a chegada de dois primos distantes. Quando estes chegam, trazem um advogado e sua secretária a fim de reivindicarem a propriedade para si como herdeiros legítimos. No processo o controle instável de Bruno sobre os jovens se deteriora; assassinato, caos e loucura são apenas a ponta do iceberg que se aproximará.

O desempenho dos atores é um dos pontos fortes do filme: Jill, Washburn, Haig e Chaney Jr. dão corpo de forma brilhante a esta família de degenerados. No papel de Ralph, Sid Haig (um veterano dos filmes bagaceiros) com os seus trejeitos simiescos, a cabeça pendente, o andar titubeante, o olhar vazio e a boca escorrendo baba, tem uma interpretação corporal imensa. Jill Bandeira ficou inquietantemente sexy e ingênua no papel de Virginia, as vezes áspera e imprevisível quando excitada, e por vezes calma e melancólica enquanto espreita furtivamente suas vítimas. Ao contrário, Beverly Washburn, que encarna a irmã de Virginia, tem uma interpretação mais histérica e violenta, o que só contribui para sublinhar a súbita mudança nos estados mentais degenerativos desta bizarra família. Lon Chaney Jr. tem uma interpretação misteriosamente suave, dando corpo à única voz da razão naquela imensa casa.
O filme foi rodado em agosto/setembro de 1964 com o título prévio de “Cannibal Orgy, or The Maddest Story Ever Told”, mas a sua estréia foi sendo adiada durante vários anos devido à falência decorrente dos produtores. Em 1968, o produtor David Hewit adquiriu os direitos de distribuição do filme e mudou o título, primeiro para "Spider Baby" e, mais tarde, para "The Liver Eaters". Com o tempo, Spider Baby foi ganhando a reputação de filme cult até ser considerado como uma espécie de obra matriz, uma fonte de inspiração para muitos dos clássicos de cinema de terror moderno que o gênero costuma reciclar à torto e a direito.

CURIOSIDADES:
* Jack Hill conta que Chaney, entusiasmado pela participação num projeto que aliava o terror à comédia e temendo que os produtores oferecessem o papel à John Carradine, reduziu uma quantia substancial do seu cachê e aceitou permanecer sóbrio durante todo o tempo da filmagem.
* Uma versão musical de “Spider Baby” tem desempenhado grandes apresentações nos teatros norte-americanos em busca de um público mais vasto e conseguiu espaço em salas como a Empty Space, em Bakersfield, California, Grange Hall, Oregon e em Orlando, na Florida no Black Orchid Theater. Em 2009, o musical excursionou com paradas em Fresno, Los Angeles, Bakersfield, Tehachapi e San Francisco, Califórnia. A turnê de 2010 teve paradas em Las Vegas, Nevada, Toronto, Ontário e Los Angeles. Várias referências são feitas para os filmes de terror da década de 40 como quando Bruno (Chaney) os adverte que a lua está cheia, uma clara referência à " The Wolf Man" . Além disso, o próprio Chaney canta a música-tema, uma paródia do clássico "Monster Mash", durante a abertura do filme.
* A banda paralela do vocalista do Faith no More, Mike Patton, chamada "Fantomas", fez uma versão da música de abertura do filme no álbum "The Director's Cut".
* A cinematografia é por Alfred Taylor, que já havia trabalhado no filme O Cérebro Atômico (The Atomic Brain aka Monstrosity, 1963). O custo de produção foi de cerca de US $ 65.000, e levou apenas 12 dias para ser filmarda em pelicula preto & branco.




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